A História de uma Fantasia Vazia – Extra – O Sorriso Vazio

The Hollow Smile

Uma criança, a história de uma criança, uma criança na qual eu assisti sua vida e suas memorias. Uma história que talvez se repita diversas vezes no mundo, com crianças diferentes, em tempos diferentes, mas no fundo são todas a mesma história. Talvez eu seja um pouco confuso ou não consiste, isso é porque antes de sua adolescência eu apenas vi suas memoria, até o dia em que eu comecei a assistir e influenciar essa criança.

A tal que começa com uma criança comum, igual a todas as outras, ou talvez… não tão igual a todas as outras… nascido em uma boa família, com bons pais, que sempre o apoiavam. Eles não passavam por nenhuma dificuldade econômica, por outro lado, eles eram bem ricos, donos de uma empresa.

Uma criança de bom coração, porem nada que a Vida não pudesse corromper, uma criança que recebeu a benção da busca da sabedoria, entretanto, essa benção pode ter sido algo muito pesado para uma criança suportar.

Aos seis anos, quando sua consciência está limpa e suas memorias não estão mais fragmentadas, é de onde começa nossa história, de onde começa sua “vida”.
Em sua mão ele segurava uma pedra, a sua frente estava sua prima mais nova chorando com a mão no rosto, ele havia acertado sua prima com uma pedra, o motivo? Nem mesmo ele sabia, era como se ele simplesmente tivesse acordado naquele momento, ele sabia que o que tinha feito era errado e que ele nunca deveria ter feito aqui, mas ele não sentia nada, como se não fora ele quem atirou a pedra.

Logo em seguida ele é reprimido pelos adultos, e sim, pela ‘primeira vez’ ele sente algo ruim, ser reprimido não era bom, foram seus primeiros pensamentos de sua ‘vida’.

Totalmente o contrario de seus primeiros momentos, ele amava todos, amava os animais, amava… estar vivo. Ele então descobre a ciência e ela se tornou sua maior conquista, a conquista do saber, ele buscava mais e mais, sobre os animais, as plantas, o mundo. Até que nesse conhecimento ele descobriu coisas mais complicadas.

Em e com seus nove anos ele conseguiu fazer um pequeno barco elétrico com partes de seus brinquedos e outros materiais, seus pais acharam aquilo algo maravilhoso, e o elogiaram, ele então aprendeu, ser elogiado era bom. seu filho era muito esperto e logo em seguida o ensinaram a usar ferramentas que nenhum pai entregaria a um filho, mas ele, tinha ganhado sua própria solda eletrônica.

Talvez, se o conhecimento desse garoto tivesse continuado apenas na ciência ele teria se tornado um grande gênio.

Porem ele ficou curioso sobre as pessoas, sobre a sociedade. Pobreza, criminalidade, por que elas existiam? Os pobres, eles eram os culpados, e seu primeiro pensamento era eliminando todos os pobres o mundo seria melhor. Seu pai então o disse que não era assim e deu uma explicação boba a qual se daria a uma criança.

Não satisfeito ele começou a pensar, chegando na conclusão de que os pobres eram necessários, afinal quem iria coletar o lixo se não eles? Os pobres eram necessários para os trabalhos menos agradáveis, porem isso ainda deixava um problema, os pobres ainda geravam criminalidade, então o que? Dinheiro… ele quem criava os pobres, ele era a fonte do problema, porem ele sabia que o dinheiro não podia ser eliminado, mas porque ele não podia ser distribuído igualmente para todos? Assim não teria desigualdade.

E então que o garoto começa a descobrir algo que até agora ele não tinha percebido, humanos, a causa de todos os problemas sempre levavam a um ponto, humanos, eles eram gananciosos, eles não aceitavam receber o mesmo tratamento de alguém que coletava lixo. “É justo que alguém estudou e se esforçou por 6 anos para se tornar um medico receba a mesma quantidade que um catador de lixo?” um adulto falou isso como resposta a sua proposta para a igualdade, mas tudo que ele podia ver nessa resposta era ganancia, vaidade, luxuria, preguiça, o egoismo do ser humano. Despertando no garoto Ira… contra os outros humanos.

Não era apenas os pobres que eram criminosos, os ricos também eram, eles não seguiam as regras impostas por eles mesmo como eles queriam viver em paz? O garoto não entendia, isso passava por sua cabeça todos os dias, dia após dia ele so via as pessoas cometerem mais e mais atrocidades, pessoas eram mortas por pequenas discussões, por meros trocados.

Chegando aos seus 14 anos, o garoto não suportava mais, por que ele que era tão justo deveria viver em um mundo onde todos eram injustos? Ele sendo justo apenas tinha mais dificuldades do que aqueles injustos. Aos olhos do garoto todos os humanos eram apenas lixo, ao ver um acidente ela apenas via que o mundo estava livre de mais alguns humanos.

Aos seus 15 ele se cansa de ver esse dia a dia infinito, onde as mesmas coisas acontecem todos os dias, os pecados humanos apenas se acumulam e até ele já se sentia corrompido. Ele decide então, acabar com isso, da unica forma que ele é capaz. Acabando com sua vida.

No chão do banheiro, ele apenas sente a água fria do chuveiro batendo em seu corpo, cada gota é como pequenas pedras que o acertam, seus braços porem, estavam quentes e um vermelho intenso se juntava com a água fria e escorria até o ralo do banheiro.

Com sua consciência turva ele ouve uma voz estranha, ela não parecia humana, ele não conseguia identificar o gênero, era apenas uma voz que parecia dentro de sua cabeça.

⌈Você tem muito potencial, você tem certeza que quer fazer isso?⌋
“O que mais eu posso fazer?”
⌈Eu não sei, isso somente você pode decidir.⌋
“Eu já decidi…”
⌈Você não se arrepende? Todos aqueles que esperam algo de você.⌋
“Eu vivi toda minha vida com pessoas esperando algo de mim, expectativas infinitas em uma criança como eu, expectativas de humanos corrompidos que só querem coisas para si próprios!”
⌈São todos assim?⌋
“São todos assim.”
⌈Você não teve momentos felizes?⌋
“Tive…”
⌈Aquela garota que te ama, seus pais que te criaram, seus amigos que te ajudam. Você deixará todos para trás? Não acha que eles ficaram tristes? Você os deixará triste para sempre, você marcará a vida deles para sempre, você talvez destrua a vida de algum deles para sempre.⌋
“O-o que eu posso fazer…?”
⌈Você é realmente esse garoto fraco?⌋

As lagrimas se juntam com a fria água do chuveiro, o garoto não sabe mais se sua decisão era a certa, sua vida lentamente foge com a água fria, ele não consegue mais mexer seus braços e sua consciência já estava quase se perdendo tudo que ele consegue ver é algo distorcido voando em frente ao seu rosto.

“Socorro….”
“Me ajude… eu… eu não quero morrer….”
⌈Você deseja algo?⌋
“Sim! Me ajude!”
⌈Eu não posso ajudar você, mas eu posso concretizar seu desejo, isto é, se você mesmo for capaz de concretizar seu desejo.⌋
“Eu não entendo… você pode me salvar?”
⌈O que você deseja?⌋
“E-eu… eu quero viver… eu quero ter forçar para continuar a viver!”
⌈Algo tão pequeno… com o potencial que você tem… no fim, você não é igual a todos os outros humanos que você detesta?⌋

E com essa frase, eu, minha existência, tomou forma junto do corpo desse garoto, somos dois porem apenas um, eu não deixarei seu coração ser destruído não importa o quão fragilizado ele esteja, eu não deixarei ele se perder mesmo que para isso eu tenha que obriga-lo a viver, eu o farei sorrir mesmo que tudo que ele queira seja chorar.

A cicatriz em seu braço é a marca de meu nascimento.

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